15 maio, 2008

Responda rápido... eu disse rápido!

Esse eu vi no blog da Soninha, aquela mesma que foi capa de Veja dizendo que fumava maconha e por isso perdeu o emprego na TV Cultura, em mais uma do nosso país tão cheio de liberdades (tudo bem, tudo bem, ela apresentava um programa para adolescentes e quem sabe por isso devesse ter expressado sua posição de uma forma mais estudada, mas enfim...).

É uma campanha do IPAS-Brasil, e vale a pena ver:




Eu acho interessante ver como temos, em geral, opiniões pre-formadas... Tão bonito (e fácil) ser contra alguma coisa porque a mídia (a Igreja, o vizinho, o Luciano Huck) nos disse pra ser!

Vai pensando aí...

14 maio, 2008

Tudo tão diferente, tudo tão igual...



Um vídeo
, feito por um pesquisador da Universidade estadunidense de Kansas em colaboração com seus alunos, resumiu algumas estatísticas sobre o estudante dos dias de hoje.

Interessante. Segundo estes dados, um estudante lê, por ano:

8 livros
2300 páginas de internet
1281 perfis de usuários em redes sociais

Além disso, ele escreve 500 páginas de e-mail por trimestre e passa 2h por dia no celular.

Acho que os dados transcendem o ambiente universitário e, apesar de eventuais falhas, representam a(s) maneira(s) como, atualmente, consumimos e geramos informação. Claro que tudo não passa de números, que serão tanto mais válidos quanto mais longe estivermos dos protagonistas de uma outra estatística, bem mais antiga e bem menos tecnológica:

1 bilhão de pessoas vivem com menos de um dólar por dia.

...e não adianta buscar seus perfis no orkut.

30 abril, 2008

Ignóbil


Ignóbil ou, em português mais claro, desprezível, é o nome do prêmio dado a cientistas por suas descobertas inúteis ou descabidas, em uma referência ao famoso, e tantas vezes político, prêmio Nobel.

Na lista de "agraciados" com a honraria estão um cientista britânico e um americano, por seus estudos sobre os efeitos colaterais do engolimento de espadas. A pesquisa entrevistou, senhoras e senhores, 110 engolidores de espada de 16 países diferentes e concluiu que "engolidores de espada correm um grave risco quando estão distraídos"! Já dois pesquisadores da Universidade de Minesota ganharam o prêmio por desenvolverem um cuidadoso experimento que responde à questão que tem intrigado a humanidade há séculos: "onde se nada mais rápido: em água ou em xarope ?".

Enfim, confesso que minhas pesquisas ainda não estão no nível de concorrer ao Ignobil, mas já tenho minha sugestão para a cerimônia de 2008: uns cidadãos da Universidade da Califórnia andaram pesquisando um agente químico para bloquear os efeitos psicotrópicos da maconha. Pois, é, como se não bastasse a cerveja sem álcool, agora essa. E ainda por cima são da Califórnia, se ainda fossem do Texas! (só me faltava dizerem que colaboraram com um instituto de pesquisa de Kingston)... Mas, calma, não é tudo, o agente químico inibidor é um derivado de um pesticida. Ou seja, curtir um baratinho não pode, mas engolir detefon, tudo bem!! Falando nisso, ontem morreu o grande cientista Alfred Hofmann, conhecido por ser o pai do LSD. Só pode ter sido de desgosto!

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26 abril, 2008

Peru pequeno

Do site do flamengo

Está confirmado: Joel Santana vai dirigir a África do Sul na copa do mundo de 2010. Foi só sair a notícia e já tinha gente buscando como se dizia "prancheta" em inglês.

Eu achei ótimo. Sempre é divertido ter mais um brasileiro na Copa. Não que brasileiros sejam melhores ou piores que os outros: são apenas mais conhecidos nossos! E olha que não são poucos os que vão à copa: além dos 22 jogadores, técnico e comissão técnica locais, temos também aquela quantidade de Oliveiras que virarão Oliveirrás o Oriveiras e complementarão por aí seleções de Bélgicas e Japões. A coisa está tão escancarada, que já tem gente propondo um limite máximo ao número de naturalizados em cada seleção, com medo de que a Copa do Brasil em 2014 seja aquela em que, pela primeira vez, todas as seleções jogarão em casa.

Mas voltando ao Joel, e aos técnicos em geral: uma coisa que a imprensa brasileira não cobre, mas deveria, é o dia-a-dia dos técnicos brasileiros no exterior. Não ia ser engraçado, ver a cobertura da entrevista do Parreira com o xeique depois que aquele decidiu barrar algum romário local da seleção ? E o Zico, hein ? Técnico do Japão na Copa de 2006. Foi muito engraçado ver o encontro de brasileiros e japoneses na Alemanha. Em um dado momento, um gaiato puxa o coro, e pede a companhia dos japoneses. Todos começam a gritar: "Peru pequeno! Peru pequeno!", frase sabiamente escolhida sem letras "eles", para facilitar a pronúncia nipônica. Até que um japonês, intrigado, pergunta:

- "Peru pequeno", what does it mean?

e o gaiato, rápido:

- It means: "Zico is the best!"

E todos seguem felizes...


Em tempo, como gosto do Papai Joel e querendo evitar que ele seja obrigado a pedir "perus pequenos" em terras sul-africanas, vou logo avisando: prancheta é "clipboard".

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Homo sapiens sapiens



Li dia desses, em um desses tablóides de Internet, que um ladrão armado parou uma equipe de TV para perguntar o caminho até um banco. O repórter indicou como chegar ao endereço desejado. Logo depois, obviamente, chamou a polícia e seguiu o "fulaninho sem GPS" para documentar o furo em primeira mão.

Armas são objetos interessantes. Pessoas armadas tendem a se achar acima do bem e do mal. Intocáveis. Como o nosso ladrão que acha que, por estar armado, nada pode ir contra o que ele planejou. Por essas e outras era a favor do sim no plebiscito de alguns anos atrás... Contra o meu argumento, o fato de que, infelizmente, há uma série de outros artefatos que parecem emburrecer a humanidade.

Direções, por exemplo. Lembram daquele desenho animado em que o personagem era um pacato e amável cidadão até entrar em um automóvel ? Depois que deixava de ser pedestre e virava motorista se tornava um ser descontrolado, com espuma raivosa escorrendo pelos cantos da boca. Protegido pela carcaça de metal que o separava do resto dos mortais. Desenho antigo, mas atual. Aliás, essa minha birra com motoristas é coisa antiga: quando era mais jovem e menos sensato ("young and foolish", como diriam os anglófonos), e queria ensinar educação através de exemplos, atravessava na faixa, olhando nos olhos do motorista que se aproximava incrédulo, sem saber por que eu me achava no direito de obrigá-lo a reduzir a marcha. Depois de quase ser atropelado umas duas vezes, desisti: acho que não tenho vocação para mártir.

Armas, direções... Infelizmente apenas dois exemplos de que o homo sapiens sapiens é, tantas vezes, homo toscus toscus.

Se ao menos fossem mais sentimentais...

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19 abril, 2008

Escrever para explicar

Salvador Dali

"Tristeza eu tenho porque muitas das coisas que moram em minha alma não podem ser comunicadas. Por mais que eu diga e explique, quem ouve não entende"

A citação vem sem dono. Nada mais tosco que uma citação sem dono. Nada mais sentimental que um incompreendido. Nada mais perfeito para iniciar este blogue.

Escrever para explicar, uma versão pobre do "Vivir para contar" do G. G. Marquez... Pior: escrever para explicar quando ninguém pediu explicações. Apenas eu mesmo: como tantos outros, escrevo para mim, sonhando que o eu-leitor entenderá aquilo que o eu-escritor não soube exprimir.

Infelizmente, por mais que eu-diga, eu-não-entende, e segue a sina de blogues que se criam e se perdem no esquecimento. Sempre toscos... Sempre sentimentais.

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Toscos, pobres y sentimentales...

"Soviet soldiers. Afganistan. 1983" - Natchev Anatoly

"Toscos, pobres y sentimentales". Assim, em algum momento de "Eva Luna", Isabel Allende descreve os soldados russos que haviam ocupado uma aldeia.

Poderia estar se referindo a este blogue... ou a seu autor.

Sejam bem-vindos!

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